quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Momentos mágicos

Era noite de 9 de agosto.

Chegou em casa Daíla e, logo em seguida, Juarez e dona Clara, que acabava de pousar em Brasília para receber o neto.
Conforme o anunciado, Dadá fez em mim uma aplicação de Reiki, o que certamente contribuiu para que eu e Bruno ficássemos mais centrados e focados no processo do nascimento. Para mim, o parto começou naquele momento.
Em seguida, fomos à mesa fazer um lanche enquanto esperávamos que Susan Andrews (que chegava a Brasília para mais uma missão em torno do FIB - Felicidade Interna Bruta) e Michelle também chegassem para compartilhar a mesa conosco.
Por volta das 21h, recebo uma mensagem de Michelle dizendo: "Lá vem ela, flutuando...". Era Susan que chegava no aeroporto de Brasília. A imagem foi bem apropriada. Disse isso à Michelle.
Coloquei um cd de mantras, o que mais gosto, comprado no Parque Visão Futuro, quando estive lá em fevereiro.
Em mais alguns minutos, Susan chegou (flutuando, como bem disse Michelle, que preferiu não subir até nosso apartamento - só deixou Susan e foi para casa descansar).
Fui à porta recebê-la, entrou na sala e logo parou, procurando pela música. Perguntou: "Você sabe que música é essa?" Respondi, inocentemente, que era um mantra que gostava muito e que havia comprado o cd lá no Parque. Ela, emocionada, falou: "Essa música foi feita para bebês! É como uma canção de ninar em sânscrito. Tem uma história linda sobre ela, que vou contar a vocês. Você não sabia mesmo disso? É impressionante como ela está tocando exatamente agora!!!".
Ficamos todos fortemente mexidos.
Levamos Susan para guardar suas malas no quarto do Bruno, onde dormiria nas próximas duas noites, e voltamos à mesa para as apresentações e para finalizar nosso lanche.
Estávamos, então, eu, Susan, Daíla, Mariana, Ana Alice (minha mãe), dona Clara, Pedro e Juarez.

E ouvimos a história do belo e poderoso rei indiano que conheceu uma lindíssima iogue, que vivia na floresta, e não sossegou enquanto não casou com ela.
Para isso, aceitou a condição e fez o acordo de que ela seria sempre a responsável pela educação dos filhos e que ele jamais interferiria.
E assim, aconteceu o casamento.
Logo tiveram o primeiro filho.
Um lindo menino.
A mãe recolheu-se com o bebê e sempre cantava a música "Suddhosi", sem que o pai pudesse interferir.
O menino cresceu e decidiu ir morar na floresta, para tristeza do pai.
Tiveram, então, outro filho e o mesmo se deu.
O rei ainda tentou convencer a esposa de que deixasse que ele o educasse, pois precisava de um herdeiro para seu reino, mas ela não abriu mão e sempre o lembrava do acordo que haviam feito.
O segundo filho, então, também cresceu e decidiu ir viver na floresta.
Mais uma vez, a rainha engravidou e teve outro menino, lindo, forte, inteligente.
Logo que nasceu, a mãe iogue iniciou seu processo educativo cantando "Suddhosi" para ele todos os dias.
Mas o rei não aceitava mais aquela situação e resolveu tomar o menino para si e educá-lo para ser o próximo rei.
A mãe, então, tendo sido o acordo descumprido, foi embora do reino e retornou à floresta.
Mas, antes de ir, colocou em seu filho um anel, que continha uma mensagem.
O menino cresceu, educado pelos princípios do poder e ambição e tornou-se o novo rei.
Era um rei autoritário e cruel e não foi amado por seu povo.
Com o passar do tempo, foi deposto e expulso do reino.
Sem ter para onde ir, foi para a floresta.
Já na floresta, olhou para seu anel e descobriu nele a mensagem de sua mãe, que dizia: "Isso também passará". E ainda, "procure ficar sozinho; se não puder, fique sempre em boa companhia".
Nesse momento, ele foi iluminado e passou por profunda transformação, compreendendo o que sua mãe cantava em "Suddhosi".
Com o passar do tempo, sabendo de sua transformação, o povo de seu antigo reino o procurou e o reconduziu ao reinado, missão que assumiu e honrou, baseado então em novos valores.

Foi ouvindo essa história, ao som de "Suddhosi", que acabamos nosso lanche e nos despedimos para dormir (no dia seguinte, 10 de agosto, Susan ainda cantaria "Suddhosi" para Bruno, no hospital).
Mas ainda antes de irmos deitar, Susan me orientou para a hora do parto. Disse que o seu Baba recomendava que, na hora do nascimento dos bebês, as mães deveriam se concentrar no ponto entre as sobrancelhas (sexto chakra) e repetir mentalmente o mantra do amor "Baba Nan Kevalam" (Tudo é expressão do amor supremo).
Com isso, senti-me mais tranquila, o coração transbordando de muito amor.

E fui deitar, esperando que o relógio marcasse 4h30 para levantar e irmos para o hospital.

Suddhosi

Suddhosi buddhosi niranjanosi
Sam'sara máyá parivartatosi
Sam'sara svapnan'
Tyajamoha nidram'
Madalasa uvacha sa putram

Traduzindo:

Acalanto
Você é completamente puro, a Consciência Divina,
Imaculado, sem defeito
O universo vibracional é uma ilusão
em constante mutação
Este oceano de ondas é um sonho
Desperta deste sono do apego
Assim, Madalasa canta a seu filho

PS. Para quem quiser escutar a linda melodia, sugiro que entre no site http://www.matrika.com.br e clique no número 5 que está no canto direito inferior da página.

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