quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A maior emoção de todas

(10 de agosto de 2010)

Saindo do centro cirúrgico, com Bruno nos braços
Às 5h da manhã, estávamos a postos, prontos para sair de casa para o hospital.
A tensão era visível nas carinhas da Mari, de minha mãe e do Juarez. Mas estávamos bem-humorados.
Pedro ficou dormindo, pois ainda era muito cedo para acordar e ir à escola. Tínhamos nos despedido na véspera, já que não poderia faltar à aula por causa de uma atividade importante (apresentação da feira cultural).

Fomos os primeiros a ser atendidos no setor de internação. Foi rápido. Logo nos levaram para o quarto 351 e pediram que aguardássemos a chegada do médico, Dr. Guaraci.
Logo chegou uma auxiliar para me "preparar" e, um pouco antes das 7h, recebemos um telefonema dizendo que devíamos descer para o centro cirúrgico. Os médicos já estavam à espera.
Me despedi de minha mãe e de Mari e descemos (eu e Juarez).

Para quem ainda não entendeu o motivo da tensão em que todos estávamos envolvidos, explico: ano passado, tive trombose e minha gravidez era considerada de alto risco, tendo de fazer acompanhamento rigoroso e aplicação de medicação injetável anticoagulante durante toda gestação, o que, como sabem, pode acarretar em maior risco de hemorragia pós-cirúrgica.
Mas meus médicos tomaram absolutamente todos os cuidados e suspendi a medicação 24h antes do parto. Estava tudo muito controlado e assim foi durante todo o período gestacional.

Quando chegamos no centro cirúrgico, Juarez foi se vestir e eu segui com a auxiliar de enfermagem para a sala do parto.
Lá já estava Dr. Guaraci, que fazia aniversário nesse dia, e logo chegou seu assistente, Dr. Valdeci. O anestesista ainda não chegara.

Nesse momento, comecei a me concentrar na respiração e a repetir o mantra indicado por Susan, Baba Nam Kevalam.

O anestesista, Dr. Sérgio, chegou e logo se aproximou para uma conversa comigo.
Fez algumas perguntas sobre a gravidez e alergias e ocorrências etc. etc. E me explicou sobre as duas anestesias, peridural e raqui, entre as quais teríamos de optar por uma. Ao final da conversa, a escolhida foi a raqui, pois utiliza quantidade bem menor para um efeito de interrupção imediata da sensibilidade da cintura para baixo.

Gostei muito desse médico.
Tinha voz tranquila, transmitia confiança, segurança.

Iniciamos, então, o procedimento.

Eu estava tensa, com medo. Mas pensava no bebê, sabia que devia me acalmar, respirar, oxigenar, enviar todos os pensamentos e sentimentos amorosos para ele no momento do nascimento.
Juarez estava na sala, presente, me passando uma força imensa. Foi muito importante ele estar lá.

Já passava das 7h20 quando iniciamos a anestesia.
É chatinho... temos de ficar sentadas, a injeção é aplicada na coluna. Dr. Sérgio tocava um ponto das minhas costas e pedia que eu arqueasse aquele lugar ao máximo. Imediatamente após a aplicação, deitei, colocaram aquele “pano” para tapar a visão da barriga, a pediatra, Dra. Abadia, veio ao meu lado se apresentar e dizer que receberia nosso bebê e os médicos iniciaram a cirurgia.

O anestesista ao meu lado, orientando que respirasse fundo, levando oxigênio para o útero.

Baba Nam Kevalam, Baba Nam Kevalam, Baba Nam Kevalam, Baba Nam Kevalam...

Ouvi um choro!!! Começo a chorar junto.

Perguntei a Dr. Sérgio a hora. 7h48.

Trouxeram Bruno para pertinho do meu rosto... senti seu cheiro, pele com pele, pura emoção e lágrimas. Ele já não chorava. Juarez conosco também muito emocionado.

Colocaram o bebê no meu peito e ele rapidamente começou a sugar. Perfeito!

Dra. Abadia disse que o levaria para limpar. Juarez foi junto com eles.

A cirurgia continuava. Fiz laqueadura, por isso demorou um pouco mais.
Mas não muito.
Logo já estava tudo pronto, sem nenhum problema adicional, sem hemorragias, tudo lindo.

Esperamos eu começar a sentir minhas pernas para ser levada ao quarto.

Colocaram Bruno deitado ao meu lado (lindo!!!), com aquele cheirinho do qual NUNCA esquecerei, e seguimos eu, ele, Juarez e as enfermeiras.

No quarto, minha mãe, Mari, Flora e dona Clara aguardavam.
Todas felizes e aliviadas.
Era hora de descansar.

Logo chegariam Pedro, Leo e várias pessoas amigas e queridas que já não podiam mais esperar para ver o nosso pequeno leonino Bruno.

2 comentários:

Kátia disse...

Querida Larissa, seus depoimentos são emocionantes. Acompanho enquanto não pude visitá-los (achei melhor ficar boa de uma faringite). Fernando e eu pensamos em visitá-los na terça-feira, dia 24. Vou ligar para confirmar a disponibilidade de vocês. Bruno é um gatinho. Bjus

Unknown disse...

Parabéns, prima! Que este momento mágico e inesquecível em tua vida e na de seu marido os comtemple com uma felicidade incomensurável pois fostes agraciados com a mais nobre das dádivas divinas : uma nova vida em vossas vidas. Que Deus os abençoe hoje e sempre. Abraço do primo.

Eduardo